As massas de bolos, pães e pastas são basicamente produzidas a partir de
duas substâncias vitais para a alimentação humana: o amido e o glúten.
Um dos alimentos mais importantes que existem, o amido é um carboidrato
que gera energia vital para o organismo. Já o glúten, encontrado
principalmente no trigo, é o responsável pela consistência que estamos
acostumados a apreciar nas massas
Por que o pão cresce?
O pão
cresce porque à massa é acrescentado fermento. Normalmente, em massas
de pães é adicionado fermento biológico. É a famosa levedura, fungos
unicelulares que se utilizam da glicose resultante da hidrólise de
amido, existente em abundância em cereais, para crescer. Por reação
enzimática, a levedura age sobre as moléculas de açúcar liberando CO2
(dióxido de carbono ou gás carbônico). Ao ser liberada, essa molécula
fica retida na malha do glúten. A malha, por sua vez, se estica,
formando pequenas bolhas. O gás carbônico também tem uma tendência de se
juntar às bolhas de ar que se formaram no momento em que o padeiro está
batendo a massa. São essas bolhas de ar e gás carbônico que, ao se
expandirem quando o pão está assando no forno, tornam possível o crescimento do pão.
Por que a maioria das massas é feita com farinha de trigo?
A resposta é simples. A farinha do trigo e de alguns outros cereais,
como o centeio, a cevada e o triticale, contém proteínas que são
diferentes das de outros cereais, como o arroz e o milho. Quando
misturadas com água as proteínas do trigo (a gliadina e a glutenina)
formam um complexo do qual você certamente já ouviu falar: o glúten.
Durante o preparo desses alimentos, o pão
passa por um processo de fermentação. O glúten, então, é capaz de reter
o gás carbônico que é formado durante essa fermentação – e, sem ele, as
bolhas do gás que se expande enquanto o pão
assa escapariam facilmente, fazendo a massa murchar. Ele também é
responsável pelas características que podemos observar especialmente no
preparo da massa: a elasticidade e a coesão. Se você puxar uma massa de pão ainda sem assar, vai notar que ela é consistente e que se estica.
É possível fazer pães com farinhas sem glúten, desde que haja também
uma certa quantidade de farinha de trigo na sua preparação – receitas de
broa de milho, por exemplo, costumam misturar fubá e trigo. Já,
diferentemente do pão, a massa de bolo
não tem essas características e, por isso, pode ser feita com outros
ingredientes, como a farinha de mandioca. “Isso acontece porque o bolo não precisa crescer tanto, nem formar uma massa tão consistente quanto a do pão”, afirma a professora Ursula Lanfer Márquez, do Departamento de Alimentos e Nutrição Experimental da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP).
A farinha de trigo (na foto, branca e integral) é a principal fonte de glúten na alimentação humana
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