quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

A fábrica de proteínas

Todas as células e tecidos do nosso corpo contêm proteínas. Podemos encontra-las nos músculos, ossos, cabelos, unhas e pele, constituindo 20% do peso corporal total. Adicionalmente, existem diferentes proteínas que actuam como enzimas, hormonas, neurotransmissores, anticorpos e proteínas especializadas, como a hemoglobina, entre outros, que reparam continuamente os tecidos do nosso organismo, mantendo-o saudável.
As proteínas são constituídas por aminoácidos, existindo 20 aminoácidos diferentes. Da mesma forma que o alfabeto, como se fossem letras, os aminoácidos podem ser combinados em milhões de formas diferentes, criando “palavras”, assim como toda uma “linguagem proteica”. Dependendo da sequência em que se combinam os aminoácidos, a proteína resultante apresenta funções diferentes e especificas no organismo.

O corpo obtém aminoácidos através do consumo de alimentos que contenham proteínas. As enzimas digestivas quebram as proteínas nas suas partes constituintes. O organismo absorve os aminoácidos, incluindo-os em novas sequências que sejam necessárias para o crescimento, manutenção e para o controlo dos processos corporais.

Existem dois tipos de aminoácidos: os essenciais e os não essenciais. Os oito aminoácidos essenciais não são produzidos pelo organismo em quantidades suficientes e, portanto, devem ser obtidos através da alimentação. Os restantes doze aminoácidos não essenciais podem ser obtidos a partir dos outros aminoácidos obtidos a partir da dieta. Os alimentos que contém proteínas de origem animal, como a carne, o leite e os ovos, contêm grandes quantidades de todos os aminoácidos essenciais. As fontes de proteínas vegetais apresentam um ou mais aminoácidos essenciais em falta ou apresentam-nos em quantidades insuficientes. Pode haver uma combinação deste tipo de alimentos, a partir da dieta, para conseguir obter as quantidades necessárias. A maioria das pessoas precisa de obter cerca de 10 a 15% da sua ingestão calórica total a partir de proteínas, o que constitui, diariamente, cerca de 0,75 gramas por kg de peso corporal. Assim sendo, um homem de 70kg e uma mulher de 55kg necessitam de 50-60 gramas e 40-50 gramas de proteínas por dia, respectivamente. A ingestão recomendada pode ser obtida facilmente através do consumo de duas a três porções de alimentos ricos em proteínas de origem animal, ou a partir de quatro porções de alimentos variados ricos em proteínas vegetais, como os cereais integrais, vegetais, legumes, frutos secos e sementes. 

 

O organismo não pode armazenar aminoácidos e, portanto, existe uma constante quebra e rearranjos de proteínas. Para incentivar esta “renovação proteica” ou reciclagem de proteínas, existe a necessidade de um aporte constante de proteínas através da alimentação. Muitas vezes, pode existir um excesso de determinados aminoácidos e proteínas totais. Nestas situações, o fígado converte-os em glicose, para o fornecimento energético.

Uma vez que os músculos são constituídos por proteínas, os atletas por vezes têm a tendência para consumir quantidades acrescidas deste nutriente, com o objectivo de obter uma maior força e volume muscular. O consumo diário médio, neste caso, é de cerca de 1,4 gramas de proteínas por quilo de peso corporal. Contudo, uma ingestão proteica superior não aumenta a força ou resistência muscular. A única forma de fortalecer e desenvolver os músculos é através do exercício físico.

O organismo utiliza apenas as proteínas que necessita, e uma vez que a maioria dos alimentos ricos em proteínas, apresentam também altos teores de gordura, uma dieta hiperproteíca pode conduzir ao ganho de peso e à deposição de gordura. Para a manutenção de uma vida saudável, é essencial a escolha de uma alimentação equilibrada e variada, sem exagerar nas proteínas.


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